O FÓRUM
QUEM SOMOS
MEMBROS
FAÇA PARTE
SOBRE A LAI
O QUE É
COMO FAZER UM PEDIDO
PESQUISAS ACADÊMICAS
FIQUE POR DENTRO
NOTÍCIAS
PUBLICAÇÕES
EVENTOS
TORNE-SE MEMBRO
IMPRENSA
FALE CONOSCO
17 set 2012 - por Admin

Artigo: Informações sobre a rotina de autoridades são públicas

Compartilhar no Whatsapp
Compartilhar no Facebook
Compartilhar no Twitter
Compartilhar no Linkedin


Fonte: Folha de S.Paulo (17.set.2012) | Autor: Joaquim Falcão

A renúncia de Nixon nos EUA foi provocada quando o procurador perguntou se ele sabia da invasão ilegal do escritório democrata. Foi crucial. Se soubesse e não tivesse agido para impedir, estaria configurado o ilícito. O impeachment seria inevitável.

Nixon perdeu, pois as conversas presidenciais eram gravadas. Provas. Nixon tentou não entregá-las alegando segurança nacional. Mas a Suprema Corte mandou entregá-las. Renunciou então.

Dirceu sabia o que aconteceu? Participou? Se suas reuniões fossem gravadas, o Brasil não teria tal dúvida. A falta das gravações impede a certeza, mas não consequências decorrentes do processo.

A primeira é que a tese da formação de quadrilha precisa de um líder ou um conjunto de líderes. Daí a ênfase em Dirceu, e no núcleo político. Para muitos, a presença de Dirceu é contrapartida operacional para ausência de Lula. Para a defesa, um erro, pois quadrilha não houve.

A segunda é que informações sobre a rotina política e profissional das autoridades públicas não são privadas, são da República.

Hoje, o poder público é a caneta e também a imagem e tempo da autoridade. Podem ser transformados em capital. Políticos, lobbies e corporações jogam para estabelecerem relações, independentemente de lícitas ou não.

Uma vez o investidor John Rockfeller atendeu o pedido de emprego de um amigo, acompanhando-o de seu escritório ao pregão da Bolsa. Centenas de corretores os viram juntos. O amigo recebeu várias propostas de emprego. A proximidade com Rockfeller valia mais que dinheiro.

Temos o mensalão, mas temos novos mecanismos de prevenções da aproximação indevida com o poder: uma lei de acesso a informações.

Precisamos especificá-la e aplicá-la. Prevenir a privatização de imagem, tempo e contatos das autoridades. São os modernos instrumentos de poder político.

JOAQUIM FALCÃO é professor de direito constitucional da FGV Direito-Rio.

Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas
Política de Privacidade
Todo o nosso conteúdo pode ser publicado ou reutilizado de forma gratuita, exceto a maioria das fotografias, ilustrações e vídeos.